Procedimento estético divide
opinião de motoristas de caminhões. Alteração pode infringir as regras do
Código de Trânsito Brasileiro, caso o veículo não tenha autorização especial
para as modificações
Além da alteração da suspensão traseira dos caminhões por meio de
adição de molas, alguns motoristas passaram a adotar recentemente o
procedimento chamado “canguru” para elevar ainda mais a retaguarda do veículo.
Basicamente voltada para fins
estéticos, a transformação, que custa em média R$ 3,6 mil, modifica o projeto
do caminhão radicalmente, podendo danificar a estrutura do veículo
permanentemente, além de causar sérios acidentes.
“O canguru é uma evolução do
modo tradicional de elevar o caminhão. Mas nesse caso, é aplicado um chassi
secundário, acoplado abaixo do chassi original do caminhão, fazendo com isso
também a alteração do local das molas, e por isso ficam mais altos”, cometa
Erico Pimenta, especialista em caminhões.
Segundo ele, o método canguru
divide opiniões entre os motoristas de caminhão. Alguns motoristas defendem a
alteração, dizendo que com isso conseguem melhor estabilidade para curvas, além
de conseguir mais embalo pelo fato de o peso da carga ser direcionado para
frente. Já outros caminhoneiros desaprovam, julgando que o método serve somente
para fins estéticos.
A pratica, assim como a adição
de molas, infringe as regras do Código de Trânsito Brasileiro, por poder gerar
acidentes com mais facilidade.
“Além de modificar
completamente o centro gravitacional do caminhão, a frenagem fica pior, o
desgaste do eixo dianteiro e dos pneus do mesmo é muito maior que o normal. Sem
contar que, dependendo do caso, um automóvel passa completamente embaixo do
caminhão. Quando o veículo sai da fábrica, ele tem uma altura estipulada
justamente por conta disso, porém, nesses casos, a distância da ponta da
carroceria até o solo pode chegar a dois metros”.
Em nota, a assessoria de
imprensa da montadora Mercedes-Benz afirmou que, por meio do departamento de
engenharia, a companhia nunca realizou algum tipo de estudo sobre o
levantamento da suspensão traseira, e por isso não há certeza de que a prática
traga qualquer estabilidade. “Sabemos que existem implementadoras que realizam
este procedimento, porém, na Mercedes-Benz, os caminhões saem da fábrica com
padrões quem seguem normas estipuladas”.
Fiscalização
Pimenta ressalta que os
responsáveis pela fiscalização de veículos fora das especificações do Código de
Trânsito Brasileiro vem agindo com mais rigor perante os motoristas de
caminhão, por outro lado, os estabelecimentos que realizam esses procedimentos
ilícitos dificilmente são deflagrados.
Nas rodovias, a Polícia
Rodoviária Federal vem realizando ações para conter a prática de modificações.
No mês de agosto, por exemplo, foi realizada nas rodovias federais do Estado de
São Paulo a Operação Caminhão Original, com foco nas alterações de
características em veículos de carga sem emissão de Certificado de Segurança
Veicular. Ao final da Operação, foram fiscalizados mais de 350 veículos de
carga, sendo que 150 das 227 autuações foram especificamente na questão da
alteração das suspensões.
Fonte: www.transportabrasil.com.br
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