Uma novidade tecnológica pode
ter atraído a atenção e a utilização de motoristas para evitar cochilos na
direção. No entanto, é preciso cautela. Uma marca de café norte-americana
desenvolveu um aplicativo para smartphones que faz um reconhecimento visual dos
olhos do condutor e percebe quando suas pálpebras ficam mais lentas e prestes a
se fecharem. Nesse momento, ele aciona uma música temática para alertar o
motorista e evitar que ele durma. Além disso, o aplicativo informa a cafeteria
mais próxima do local.
No entanto, segundo o diretor
do Departamento de Medicina de Tráfego Ocupacional da Associação Brasileira de
Medicina de Tráfego (Abramet), Dirceu Rodrigues Alves Júnior, o aplicativo – assim
como café, energético e outros recursos – pode funcionar, mas por pouco tempo.
“Por uns 15 minutos, seria até indicado. É tempo suficiente até que ele
encontre um local seguro para fazer um descanso”, explica. O que realmente
funciona, diz o médico, são, pelo menos, sete horas e 40 minutos de sono por
dia.
O médico alerta que, caso o
motorista insista na utilização de aplicativos e outros artifícios para driblar
a sonolência, ele coloca em risco a própria vida e a de várias outras pessoas.
Segundo ele, o sono aumenta em quatro vezes as probabilidades de se causar um
acidente gravíssimo em vias urbanas e, principalmente, nas rodovias. “Fizemos
um estudo que revelou que 54% dos motoristas profissionais afirmaram ter tido
‘micro sonos’ [as cochiladas], durante a atividade veicular”.
Para evitar os cochilos na
direção, o diretor da Abramet sugere, além do mínimo de quase oito horas
diárias de sono, paradas a cada duas horas consecutivas de condução. Essas
pausas, segundo Dirceu Rodrigues, devem durar entre 10 e 20 minutos, quando os
motoristas devem fazer uma pequena caminhada, alongar membros superiores e
inferiores e coluna. “Não existe substitutivo para o sono. Tomar café ou
energético ou usar um aplicativo não vão resolver o problema, apenas vão sacrificar
o organismo”, explica.
As causas para a sonolência
podem ser devido à privação de sono ou à Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono.
Em relação à segunda causa, o motorista deve ser mais cauteloso e procurar um
especialista. Caso confirmado o diagnóstico, ele ficará impedido
temporariamente de dirigir até que ele faça o tratamento recomendado.
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